Certo dia, estando nós num famosíssimo quarto da 3ª Companhia, mais precisamente o quarto do graduado de alcunha C* (que tinha uns despertares a dar para o violento), e estando munidos de uma quantidade considerável de queijos (aqueles queijos em triângulo e em invólucro individual), provenientes de uma das célebres investidas ao refeitório em regime de after hours (vulgus assalto ao refeitório), estávamos em amena conversa da treta quando, um de nós, teve a brilhante ideia de arremessar um dos queijos para a parede do edifício das nossas camaradas do lado (na parte sul do pilão funcionava um colégio de correcção feminino), e constatámos com enorme espanto, que o queijo espalmou-se e ficou colado á parede….
Imediatamente a mesma ideia brilhou vivamente na cabeça de cada um de nós e, lá demos início à nossa sessão de arremesso de queijos para o edifício do lado. Era giro ficar a ver aquelas pratas esparramadas na parede e, entre largas gargalhadas, lá íamos fazendo os nossos arremessos, até ao momento em que se acabaram as munições….
Perante tal evento, e sem termos nada para efectuar nem mais um único arremesso, um de nós resolveu abrir o armário do 11* (ausente no momento) e, tendo agarrado no seu sabonete, impulsionou o mesmo, de forma vigorosa, tendo ficado este, também colado na parede, juntamente com aquela meia centena de queijos…..
Já após termos gozado o prato, voltámos ás nossas conversas da treta, este professor isto, aquele professor aquilo, quando se abre a porta e entra o nosso camarada 11* de rompante. Olha para nós com olhar desconfiado, desloca-se até junto à secretária (a qual ficava em frente á janela) e, tirando uma mirada lá para fora, passados uns segundos, exclama em verdadeiro êxtase:
- Eia tanto queijo!!!!!! – E desata a rir que nem um desalmado, quase lhe faltando o ar, até que, numa nova olhadela para a parede, exclama:
-Eia um sabão!!!!! – E quase que lhe falta o ar de tanto ria até que, subitamente, ficou sério a olhar lá para fora, e numa expressão de puro desânimo, exclama:
- É pá, mas aquele sabão é o meu!!!! – Todos nós desatámos numa risada geral, face à reacção do nosso camarada 11*, que começou a insultar-nos, chamando seus isto, seus aquilo…..
Tal espectáculo e o resultado do mesmo, não terá sido presenciado apenas por nós…. Um graduado da 4ª companhia também teve a oportunidade de ver a nossa "obra" e chamou-nos lá acima.
Após correctivo, (o qual já sería de esperar), lá fomos para o telhado da formação, com uma vara comprida e duas vassouras amarradas um à outra, proceder á manobra de fazer caír os ditos queijos para o chão. As faces estavam quentes, mas no nosso íntimo, ficou mais uma das muitas aventuras características da malta jovem…..
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